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Portas Abertas com Marcela Bonfim “(Re)conhecendo a Amazônia Negra”

No próximo dia 12 de outubro, quarta-feira, a Fotoativa estará de Portas Abertas para o projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta da fotógrafa paulista e rondoniense Marcela Bonfim. Com entrada franca, o encontro começa às 19h, no casarão sede da Fotoativa.

O projeto é um instrumento de militância nas artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a memória da população negra amazônica. Tem por objetivo o (re)conhecimento de seu legado e contribuição na constituição do tecido sociocultural de Rondônia, da região norte e do Brasil.

A população negra amazônica é parte fundamental do mosaico que é a história da Amazônia e foi constituída a partir de 1750 com o povoamento do Vale do Guaporé por negros escravos vindos de Vila Bela da Santíssima Trindade/MT, em decorrência do ouro e da construção do aparato colonial de defesa militar “Forte Príncipe da Beira”.

A partir de 1870, outras migrações negras, principalmente do Pará e do Maranhão, chegaram à região para a extração da borracha, de minérios e metais preciosos nos períodos conhecidos como “Ciclo do Ouro” e “Ciclo da Borracha”.

Entre 1907 e 1912, trabalhadores barbadianos contribuíram com mão de obra qualificada cada para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e, a partir de 2011, migrantes negros haitianos, refugiados das más condições de sobrevivência e trabalho daquele país, passaram a habitar a região norte e se espalhar pelo Brasil.

Mais que fotografia, a proposta abrange a busca pessoal pelo meu (re)conhecimento como mulher negra num país racista onde os espaços são sutilmente fragmentados entre negros, pardos e brancos. Todos atuando em ambientes delimitados, realizando diferentes funções, onde os primeiros se encontram à margem da sociedade e da história oficial.

O aspecto fundamental da proposta é a crítica ao percurso da história oficial sobre a negritude brasileira. Apesar do importante papel que os negros desempenharam e desempenham para o desenvolvimento econômico, cultural e social do país, há mais de 500 anos, ainda padecem com as ambiguidades e injustiças causadas inicialmente pela seletividade das informações contidas nos livros de história e em outros documentos e registros de memória apresentados à alfabetização brasileira – um projeto de degradação e inferiorização destas populações, dos seus costumes e cultura.

Enquanto a história não valoriza os negros e suas influências na brasilidade de hoje e sempre, os institutos de pesquisa e as instituições, principalmente privadas, abrem a possibilidade ao embranquecimento do negro a partir da e ciente ferramenta das “autodeclarações de cor”.

O Projeto Amazônia Negra vem como uma ventania contra essa corrente impositiva!


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