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A presença negra no pulmão verde do planeta

A inciativa se concentra especificamente em Rondônia, estado da região e Norte e vai na contramão de pesquisas que geralmente analisam a história dos negros do Sudeste e Nordeste. (Foto: Marcela Bonfim)

A floresta amazônica é uma das reservas naturais mais importantes do mundo. Com aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros, ocupa 45% do território brasileiro. Alvo de uma série de transformações pelo chamado progresso, a Amazônia já perdeu 15% de sua exuberância para o desmatamento, que ceifa suas árvores para pasmem, a plantação de soja e gado. Além da diversidade de fauna e flora, a região ficou conhecida por uma das prinicipais habitações da população indígena do Brasil. De acordo com um senso realizado pelo IBGE em 2010, cerca de 310 mil indígenas vivem no pulmão verde do planeta. Os índios amazonenses podem ser divididos em seis troncos linguísticos: Tupi, Aruaque, Tukano, Jê, Karib e Pano.

Entretanto, qual é a contribuição dos negros na construção desse espaço? Na verdade pouco se sabe. É nesse sentido que nasce o projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta, que a partir de um ensaio fotográfico realizado por Marcela Bonfim retrata a influência de mulheres e homens negros, falando seus costumes nesta, relação com a natureza e fé na região.

“O projeto (Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e infuências negras na floresta é um instrumento de militância das artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a memória da população negra amazônica,” diz o texto na página do projeto capitaneado por Marcela Bonfim.

A inciativa se concentra especificamente em Rondônia, estado da região e Norte e vai na contramão de pesquisas que geralmente analisam a história dos negros do Sudeste e Nordeste. (Re)conhecendo a Amazônia Negra se coloca como um movimento político pelo reconhecimento da participação de negras e negros na formação do tecido sociocultural amazônico. A população negra é parte essencial na história da Amazônia e começou seu caminho por volta de 1750, com o povoamento do Vale do Guaporé por negras e negros escravizados vindos de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso. Isso se deu pelo fato do ouro e da construção do aparato colonial de defesa militar, conhecido como Forte Príncipe da Beira. Depois disso, em 1870, escravizados de estados como Maranhão e Pará desembarcaram na região para a extração de borracha, minérios e metais, no que ficou conhecido como Ciclo do Ouro e Ciclo da Borracha. Em 2011, alguns séculos depois, a presença negra ganhou novas pigmentações e costumes com a chegada de imigrantes haitianos.

Memória negra do Brasil

Mais que um registro fotográfico, o projeto é uma busca pessoal de Marcela Bonfim na descoberta do que significa ser mulher negra em uma país racista onde o negro ainda é colocado em posições subalternas, como explica abaixo.

“Apesar do importante papel que os negros desempenharam e ainda desempenham para o desenvolvimento econômico, cultural e social do país, há mais de 500 anos, ainda padecem com as ambiguidades e injustiças causadas inicialmente pela seletividade das informações contidas nos livros de história e em outros documentos e registros de memória apresentados à alfabetização brasileira – um projeto de degradação e inferiorização destas populações, dos seus costumes e cultura. Isto é, enquanto a história não valoriza os negros e suas influências na brasilidade de hoje e sempre, os institutos de pesquisa e as instituições, principalmente privadas, abrem a possibilidade ao embranquecimento do negro a partir da e ciente ferramenta das “autodeclarações de cor. O Projeto Amazônia Negra vem como uma ventania contra essa corrente impositiva!”

Para saber mais:

http://www.amazonianegra.com/mostraamazonianegra


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